sábado, 8 de junho de 2013

Homilia da Missa do Sagrado Coração de Jesus presidida  pelo Padre Gilvan (07/06/2013), na Paróquia Cristo Redentor.

Pe.GILVAN. Foto: Lúcia Andrade
      Após saudação aos irmãos e irmãs presentes à missa, padre Gilvan inicia sua homilia citando que, a partir da devoção popular ao Sagrado Coração de Jesus, a igreja coloca tal festa dentro de sua liturgia. Muitos papas descobriram nessa devoção uma verdadeira fonte de espiritualidade para a vida cristã. Deus, no coração de Jesus, realiza esta profecia de Ezequiel (Ez 34, 11). “Eu mesmo vou procurar e resgatar as ovelhas perdidas da casa de Israel; vou ao encontro daquele filho que se perde, do coração que me abandona, do coração angustiado, aflito; vou ao encontro daquele que perdeu o sentido da própria vida”. É Deus que, em Jesus Cristo, vem caminhar entre nós; senta-se à mesa com os pecadores, acolhe os órfãos, as viúvas, os doentes e diz, nas escrituras do profeta Isaías (Is 43, 4): “o homem e a mulher são preciosos aos olhos do Senhor”. 
      Nós somos preciosos aos olhos de Deus, foi por isso que Jesus veio ao nosso encontro. É ele quem vai apascentar as ovelhas, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar a ovelha gorda e forte. Essa profecia se torna realidade quando Jesus fala aos escribas e fariseus num contexto em que a ovelha era o bem mais precioso para o pastor, já que esse dedicava a sua jornada inteiramente a elas, pois precisavam estar sempre bem. Utilizando essa passagem, Jesus diz a eles essa parábola: “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la? Quando a encontra, celebra, é festa, é alegria”, e continua: “eu estou com vocês que são justos, mas meu coração de pastor vai se alegrar ainda mais por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que estão diante de mim”. 
    Jesus nos diz o seguinte ao proferir essa parábola: todas as pessoas são merecedoras e dignas de fazer a experiência do amor do nosso Deus, um amor que permanece dentro dos cumprimentos das leis, dentro dos nossos horários costumeiros, das nossas atividades de rotina. É preciso ir ao encontro daqueles que estão perdidos, distantes, daqueles que foram abandonados, excluídos. 
      Prosseguindo em suas palavras, o presidente da celebração cita que o amor de Deus em Jesus Cristo tocou profundamente a vida daqueles que sofriam, sobretudo, no coração dos que tinham necessidades. Todos nós temos nossas necessidades e aflições e é por isso que, confiantes na manifestação do amor de Deus no coração de Jesus, queremos colocar nossas dores, nossos corações e nossas vidas diante do coração de Jesus. É com essa certeza e esperança que vivemos a partir do Espírito derramado em nossos corações. Espírito é o próprio amor de Deus que nos chama a uma atitude também de pastores, uma vez que as atitudes e os sentimentos de Cristo em nós, como cristãos, precisamos desenvolver. Esta é a nossa alegria: estar diante do outro e essa mesma pessoa reconhecer, por nossas atitudes e sentimentos, a presença do mestre. 
      Por onde quer que passemos, a presença do mestre deve-se instalar e tornar perceptível a partir da nossa vida. Todos somos chamados por Deus para colaborar com nossos irmãos, esse é o evangelho que precisa resplandecer em nosso contexto, é o evangelho da ternura, aquele que consegue olhar o ser humano a partir do olhar do pastor, do nosso Deus. No seio da comunidade, Deus suscita vocações específicas para que as pessoas possam doar plenamente suas vidas para cuidar dos outros, assim como Jesus cuidou de seus fiéis e de sua igreja. 
   Todos somos convidados a abraçar a causa do evangelho, para que tenhamos a experiência do amor e da misericórdia do nosso Deus. Peçamos a ele a graça - por meio do seu Espírito, que já está no nosso coração – para que possa suscitar em nós o desejo de fazer a experiência e de ir ao encontro daqueles que estão afastados da nossa comunidade (os batizados, nossos irmãos católicos, dependentes químicos, presidiários, doentes). Não menos importante é procurarmos, também, aquelas crianças que necessitam de uma educação na fé, bem como aqueles que perderam membros de suas famílias e que, por causa da morte, estão abalados na crença em Deus; os que perderam o sentido da vida, os sofredores, os pobres e ricos, os excluídos, os que estão satisfeitos com a vida material, mas que ainda não abriram a sua existência para o divino, entre outros. 
    Padre Gilvan concluiu esclarecendo que, nós podemos, na imitação do pastor, conduzir essa palavra de verdade, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações. 
 Louvado seja nosso Senhor!