terça-feira, 24 de maio de 2011

IRMÃ DULCE - "ANJO BOM DA BAHIA"



A Igreja Católica beatificou em Salvador no dia 22 de maio,  Irmã Dulce, uma freira brasileira que, como a também beata madre Teresa de Calcutá, dedicou sua vida aos doentes e aos mais pobres. Nascida em 26 de maio de 1914 em Salvador,  e batizada como Maria Rita Lopes Pontes, a religiosa, da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, poderá ser transformada na primeira santa nascida no Brasil, o país com o maior número de católicos do mundo.

A cerimônia aconteceu no Parque de Exposições de Salvador e foi presidida pelo arcebispo da cidade e cardeal primaz do Brasil, Murilo Krieger, em um ato no qual participaram as autoridades civis e religiosas, e mais de 70 mil fiéis. Segundo o cardeal, a beatificação da Irmã Dulce recai sobre uma pessoa "frágil, pequena e delicada", que "conseguiu ajudar sempre" os doentes que cuidava. Da mesma forma que a madre Teresa de Calcutá, a Irmã Dulce entregou sua vida ao serviço dos necessitados e desenvolveu uma obra social, onde fundou hospitais de caridade e uma rede de apoio social que dirigiu até sua morte, em 13 de março de 1992, aos 77 anos

Por sua obra, em 1988 foi candidata ao Prêmio Nobel da Paz e, em outubro de 1991, cinco meses antes de sua morte, recebeu em seu leito a visita do também beato papa João Paulo II, durante a segunda visita do pontífice ao Brasil.  O processo de beatificação da Irmã Dulce começou em 1999 e quatro anos depois, em 2003, dez médicos brasileiros e três italianos certificaram o "caso extraordinário de um padre", milagre que foi reconhecido por unanimidade pela Congregação para as Causas dos Santos.

O milagre ocorreu em janeiro de 2001 quando Claudia Santos de Araújo, do vizinho estado de Sergipe e devota a Irmã Dulce, sofreu uma grave hemorragia durante o parto e ficou em estado de coma. A gravidade da situação era tanta que os médicos deram a ela poucas horas de vida. Um sacerdote amigo dela que sabia da sua fé em Irmã Dulce orou pedindo por sua saúde e em questão de horas a parturiente estava plenamente recuperada. Dois dias depois, ela recebeu alta do hospital com seu bebê, sem que os médicos tenham conseguido explicar o que havia ocorrido

A Irmã Dulce foi declarada venerável pelo Vaticano em 2009 e no ano passado, quando seu corpo foi exumado e transferido à catedral de Salvador, estava intacto, mumificado naturalmente, o que foi interpretado pela igreja como um sinal de santidade da freira. "Sua caridade foi maternal. Sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do alto trouxe energias e meios para colocar em prática uma assombrosa atividade de serviço aos mais pobres", consignou em seu voto um dos teólogos favoráveis à abertura da causa de beatificação

As Obras Sociais Irmã Dulce, legado da freira, incluem o Complexo Roma, uma rede de hospitais e centros de saúde para os mais pobres que atende na Bahia a 5 milhões de pessoas ao ano e o Centro Educacional Santo Antônio. Adicionalmente, a organização administra vários centros de saúde de Salvador. Se depois da beatificação for comprovado o segundo milagre por sua intercessão, a Irmã Dulce pode se transformar na primeira santa nascida no Brasil, país que até agora só tem no mais alto dos altares Frei Antonio de Sant'Anna Galvão (1739-1822), canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil.

                                                                Autoria: Miguel Humberto - Jornalista - Registro no MTb nº 1317

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